oBlogdoPiano

O Tiago revela-nos um segredo: a sua visão de igreja ideal. Nela, embrulha-me como organista compassivo e flexível para que a solenidade e o tradicionalismo formal estribassem a pregação inflamada rumo ao arrependimento. Gosto de vozes que vociferam a Palavra. Quando era miúdo desejava fazer parte de uma igreja formada por metaleiros, repleta de agudos sopranos e guitarradas irritantemente sincronizadas. Hoje, sou um devoto da liturgia tradicional. Desconfio de onde há barulho a mais. A prudência encaminha-me na desconfiança de emoções expostas sem tino. Apesar de tradicional, prefiro a circunspecção à circuncisão.

(comentava-se o post de Domingo)

ela: “Estou mesmo a ver essas vossas carinhas a dialogarem…”
eu: “Raio do puto, é mesmo nice!”
ela: “Olha lá, o que é que é aquilo do Imobilizado corpóreo? Desta é que te passaste de vez…”
eu: “São os bens, pá.”
ela: “Os bens? Pfff…passou-se…”
eu: “Existem 3 grupos na classe 4 do POC: Imobilizado corpóreo, Imobilizado incorpóreo e Investimentos Financeiros.”

(risos)

ela: “Essa tua área…e depois gozam quando Freud* dizia que saltar à corda era uma espécie de masturbação…”


*Leia-se «discípulos de Freud»

Um post direitinho para a Sara e para o Nuno. Estou repleto de reticências alegres e já esqueci a roubalheira do Benfica-Porto!

Fui às compras e o resultado foi este:

O Pedro Camilo é uma pessoa honesta. O Pedro Camilo, em tom de agradecimento pela notoriedade televisiva, disse: "...e se a minha imagem pode chegar às pessoas, logo, o meu trabalho pode também seguir esse caminho." Ai, minha mãezinha, acudam o moço!

Um rapaz da minha família que tem dois anos e meio de tamanho acaba de destruir imobilizado corpóreo do meu quarto:

eu: "Ruben, já viste o que fizeste?"
ele: "xim..." (ele começa e termina as frases sempre com minúscula)
eu: "E achas bem o que fizeste?"
ele: "xim..."
eu: "E agora? Agora destruíste as coisas do tio. Isso não se faz."
ele: "xim..."

Preocupado com o facto de ele me estar a dar a volta redefini a estratégia.

eu: "Ruben, não voltas a fazer isto?"
ele: "xim..."
eu: "É xim-xim-xim-xim-xim. Só xim, só xim. Tás a perceber o que eu te estou a dizer?"
ele: "xim..."

Naquele preciso momento, desatámos os dois a dar gargalhadas sincronizadas. Estava contente: este, é cá dos meus!

A Inês decidiu terminar o seu blog, num laivo de inconsciência humanitária para com os que a liam. Nem o José Veiga merecia uma atitude destas. Não se faz, de facto. Assim, quero aqui deixar bem claro que o o que essa menina merecia era uma catrefada de mails do Luís Filipe Vieira a convidá-la para uma das minhas consultas diárias.




PS: Sim! Esta semana não falo de outra coisa!

Ela vestiu-se a rigor para me dizer: "És sempre a mesma coisa."

Lá me sentei no meu lugar no Estádio da Luz, nervoso e receoso como sempre acontece antes dos jogos com o FCP. É um hábito que se tem vindo a criar, a concretização dos receios nos jogos com o FCP. É verdade que o Porto na primeira parte deu um baile de futebol mas pouco materializado em ocasiões para marcar. É verdade que o Manuel Fernandes estava mais nervoso que os filhos do D. Duarte de Bragança momentos antes de perceberem o seu nome. É igualmente verdade que o Baía de 3 em 3 meses dá uma frangalhada de um tamanho similar à deselegância da senhora Pintinha da Costa. O que já não se percebe é a análise a um penalty sobre o Karadas como se de um jogo do campeonato do INATEL se tratasse, digna das mais desaforadas ofensas do Alberto João Jardim. Por 3 segundos, e precisamente por 3 segundos, tive pena de o Avelino Ferreira Torres estar na Quinta, não ser benfiquista e nem nosso presidente. Passados esses 3 segundos, encostei-me no lugar a pensar: “Pronto, não é desta.” Quanto ao que se seguiu na sala de imprensa, poucas novidades nos traz: Os Administradores do SLB são mais monos que o Zé Povinho e o Sr. Pinto da Costa, o principal responsável pela cultura de ódio e de gargalhadas do futebol português.



PS: Quanto ao torneio já falado, devo dizer que a minha equipa perdeu a final por 5-3, ganhei o troféu de melhor marcador e estou com uns músculos nas pernas de invejar ao Tarzan Taborda.

Passei uma semana a banhos de imersão, Voltaren e Reumon Gel. Hoje termino um torneio iniciado na semana passada. É alegria de miúdo, colocar o corpo em suspenso quando inicío o passe.

Tou tell me that silence
is nearer to peace than poems
but if for my gift
I brought you silence
(for I know silence)
you would say
This is not silence
this is another poem
and you would hand it back to me.

Leonard Cohen

Discutia-se no local de trabalho acerca da importância da Sociologia, da Antropologia e da Filosofia. Não gosto de ter estas discussões com quem não percebe (ou pelo menos com quem não coloca a questão) o que está inerente a estas ciências. Questionado por eles, com desconfiança à mistura, resignava-me na resposta simples de serem ciências que tratam da vida das pessoas. Eles, os colegas, chamam-lhes ciências do oculto constituídas por balelas. Urge neste momento a satisfação de uma necessidade: Procuro cumplicidades filosóficas no próximo fim-de-semana!



PS: Pianodrunk@hotmail.com

Encontro o João na Fnac. Trocamos leves palavras sobre Amsterdão, sobre os últimos albuns do Cave e do Waits e, claro está, sobre o Benfica. Diz-me, então, que o blog dos irmãos Leal tinha terminado naquele dia. Fiquei surpreendido. Não arriscaria o termo «triste». É um bom hábito diário que deixará de ser feito e, isso sim, deixa uma certa insatisfação. Também já pensei em terminar esta sala, mas não o faço. Só uma coisa me levaria a pôr um fim ao Blog do Piano. No caminho para Damasco, o Apóstolo Paulo viu uma Luz tão intensa que o cegou. Naquele instante a sua vida mudou. Pela minha parte, só a encarnação da inspiração indizível d' oBlogdoPiano colocada graciosamente na minha presença me levaria a conduzi-lo ao único caminho possível: o Fim.

A Quinta da Celebridades corre o sério risco de alterar o paradigma conservador nacional, que negligenciava a prateleira de filmes com capa unicolor nos clubes de vídeo que varrem esse país fora. O Alexandre Frota é um bonacheirão. É amigo, infantilmente sincero, trabalhador, grandalhão, divertido. É sem dúvida alguém com quem o povo não se importaria de passar um bom serão. Isto, apesar de ser um actor de filmes pornográficos. A cosmovisão do nosso povo está a mudar. Hoje, os portugueses vão a um clube de vídeo, olham à distância para a prateleira dos filmes de capa unicolor e esboçam sorrisos compreensivos.

Já cá canta o bilhete para o concerto do Tom Waits em Amesterdão!

Ó lindas!

Ouvi…enfim, portas travessas, que o José Sócrates é homossexual e que mora com um alemão. Estranhei o facto, não tanto por o José Sócrates ser homossexual mas sim porque o José Sócrates pode ser homossexual. Já a questão do alemão…Bem…Desde a minha meninice que tenho receio dos alemães, aquando das tramóias contra o Caniço na telenovela “Chuva na Areia”.

Pela minha parte, já respiro Cabanas de Tavira pelos poros.

Inspirado pelo melhor blog que esta blogosfera alguma vez irá conhecer lanço-me a uns comentários futebolísticos que fazem bem à alma e ao coração. Este post está longe de ser um juízo do que quer que seja, muito menos de quem tem pinta de ser um carregador de piano. O maradona refere, e bem, que só quem joga pode discutir o futebol com relevância naquilo que o constitui, nas jogadas, no balanço do corpo, no remate nas orelhas da bola, nos cruzamentos tensos e enviusados, nos lances de 2-1, nos ritmos de jogo mais ou menos acelerados, na falta estratégica a meio-campo, no remate com a parte de dentro do pé para o poste mais distante. O fenómeno sociológico…esse, já lá vai o tempo em que dava ouvidos a mais que 2 minutos na temática. Há pormenores que escapam aos intelectuais com paixões clubistas. É muito mais um tremelique cultural que uma paixão do futebol. O que eu realmente gosto é de ouvir os três estarolas do “Dia Seguinte” que conseguem estar 2 horas seguidas sem dizer nada de jeito. O que me agrada é a despreocupação de ter que dizer alguma coisa de jeito. Aqui, assumo, tenho a constante esperança de reviver a fantástica fúria do Dias Ferreira que hiberna desde os tempos idos d´Os Donos da Bola. O que me atrai ali não é a verborreia presente, é a esperança do que está por vir. Provavelmente desejos de amador habituado a confusões, pois fui jogador dos campeonatos de futebol 11 do INATEL, no mítico Desportivo de Queijas (co-Fundador, Presidente, Secretário, Roupeiro, Motorista, Capitão de Equipa e o Mais Esfolado Nos Pelados Alfacinhas). Para uns, um grande urso. Para outros, um lírico esforçado.
Quanto à nova época há, efectivamente, clubes cujos jogos são prioridade na agenda (os dois últimos devem-se a abstracções inatas à vida):

1º Chelsea
2º Real Madrid
3º Barcelona
4º Milão
5º Manchester United
6º Arsenal
Benfica
FC Porto

Quanto a jogadores, os paroxismos vêm dos pés de:

1º Ronaldinho Gaúcho (o melhor do mundo!)
2º Zinedine Zidane
3º Rosicky
4º Kaká
5º Deco
6º Cristiano Ronaldo
7º Ricardo Carvalho
8º Roberto Carlos
9º Henry
10º Robert Pires

Como é lógico, o Barcelona vai ser campeão de Espanha, o Milão de Itália, o Chelsea de Inglaterra e o Benfica de Portugal. O Rooney ainda não me convenceu e o Ronaldo está noutra. O Mourinho vai confirmar que é o melhor treinador do mundo e arredores, supremo desejo feminino de mensagens via telemóvel. O Trapattoni terá uma sorte desgraçada para levar isto a bom porto.

Quero ainda deixar uma nota: Com senhoras, só se discute futebol com conteúdo hormonal quando existem outras intenções. Torpes, por certo. Abstenho-me de vil intenção.