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quinta-feira, abril 27, 2006

Pat Garrett & Billy the Kid 

Depois de uma tentativa frustada, de convite na mão, de assistir ao arranque do indie por estar tudo esgotado, eis que finalmente consegui assistir a um filme, de convite na mão, cuja banda sonora me fora oferecida no meu aniversário: Pat Garrett & Billy the Kid. Música do Dylan, que tem um papel quase cómico e frágil, mas determinado (a inventariação física das latas de feijão é uma provação divina). Um filme brutalíssimo, já com 33 anos. Um xerife e um fora-da-lei degladiam-se em posturas convincentes. Durante todo o filme sente-se que a arte bélica está para além das armas. Os duelos são para os vulgares. A questão está em ser referência. Para o bem e para o mal há um caminho a percorrer, um arquétipo a construir. Há nudez. Há botas sulistas com esporas. Há sangue. Há carne. Há morte. Há alma. E, depois, há o Alias.


PS: Amanhã, The Proposition e na sexta Leonard Cohen: I´m your man. Não tenho convites mas os bilhetinhos já cá moram (surpresas matrimoniais). Ando motivado.

quarta-feira, abril 26, 2006

Um grandessísimo embaidor, é o que queria ser. 

Sinto que devia interagir mais com as pessoas. Com os blogs, digo. Vale-me que «sentir» é, muitas das vezes, um estado enganoso propenso a más decisões. O Priberam não engana: embusteiro, sedutor e impostor. Tenho saudades do Fora-da-lei.

A maiúscula no "E" é meramente acidental. 

Passei uns dias de descanso em Cabanas de Tavira onde pela primeira vez um político acenou ao meu filho de 8 meses. Ele chama-se Macário Correia. A reacção foi a do costume. Desprezo. Já cá tenho o DVD do Godard para quando atingir a idade da consciência.

segunda-feira, abril 17, 2006

Programa. 

Hoje, levo eu o carro.


domingo, abril 16, 2006

E ao terceiro dia ressuscitou. 

É na morte e ressurreição de Cristo que vivo a minha fé. Carregar a cruz e segui-Lo, sem tretas, sem construções excessivas, sem esquemas filosóficos, sem lógica, sem razão.

quinta-feira, abril 13, 2006

O cansaço é inimigo da escrita. 

Voltarei a actualizar o blog assim que sair do trabalho antes da meia-noite. Volto já.

segunda-feira, abril 10, 2006

A grande dificuldade de se ser dirigente do louvor numa igreja é não ter quaisquer referências musicais. 

Quando era adolescente comecei a tocar no grupo de louvor de uma Igreja Baptista. O que antes se limitava ao órgão fora substituído pela guitarra, bateria, baixo e piano. Tenros néscios. Aos poucos, os arquétipos estéticos e musicais alteraram-se e comecei a deixar o entusiasmo adormecer. Soltou-se uma toada funk e as congestões foram imediatas. A aconchegar o sono descontrolado estão as recomendações que os dirigentes dos coros debitam com devoção e credulidade. Nunca o apelo à sinceridade se tornou tão chato, tão irritante, tão intrusivo (um dia explanarei este tema). Ir à igreja possibilita a inquietação mas não aquela - a minha - inquietação. Tenho saudades do dirigente que apenas introduzia canções. Saudades do peso congregacional dos hinos. Saudades do uníssono brutal. Saudades do órgão. Acredito no órgão. Acredito no Blood on the tracks. Acredito que a pica do louvor dos Baptistas está no povo que atravessa o Mar Vermelho. Ao que tudo indica, Moisés não percebia de perlúdios.

Os Lacraus 

Constitui uma necessidade visitar a última obra.

terça-feira, abril 04, 2006

Benfica 0 - Barcelona 0 

Um jogo onde qualquer resultado era aceitável. Foi 0-0, como poderia ter sido qualquer outra coisa, inexplicável a lagartos e tripeiros. Os primeiros porque nunca saberão o que é jogar nos quartos-de-final da Liga dos Campeões com o Barcelona, os segundos porque quem apanha o Mónaco numa final não pode argumentar o que quer que seja. Voltemos ao jogo. Uma equipa que vê um golo desviado para o poste pelo Léo, magnânimo ser de 1,69m de altura, não merece nada mais que ser eliminada com um golo de livre do Lourent Robert, traste de reconhecível pontapé. Um benfiquista acredita sempre, ainda que no íntimo tema o escárnio generalizado. Mas não há lugar a preocupações. Agora lá, empatamos 4-0.

segunda-feira, abril 03, 2006

Dialéctica familiar. 

Era uma vez uma família que se regozijava por ser um exemplo de comunicação afectiva. Nessa família havia muitos irmãos e uma mãe dedicada. Tinham sido décadas de dedicação sem um pai, sem uma autoridade masculina que impusesse uma tonalidade mais grave às diabruras dos petizes. Certo dia, o pai reapareceu. A família, exemplar na sua longanimidade, convidou-o a entrar. Entrou o pai, entrou a sua autoridade, entrou o desconhecimento do que tinha sido aquela família sem ele. A dialéctica familiar entrou em funcionamento. Aos poucos, os irmãos contorciam-se em convulsões paternas de acrimónia displicente. O ambiente deteriorava-se na mesma proporção da comunicação que o pai estabelecia com os filhos. O pai, algoz da própria acerbidade, refugiava-se na autoridade naturalmente implícita no seu estatuto e entristecia-se, honestamente, com a censura agitadora da ordem pública vigente. Alguns irmãos partiram, desgostosos. Outros, embrenhados na construção amorosa daquela família, aguentavam franzindo o sobrolho e despoletando discussões sempre que a oportunidade lhes aprouvesse. Outros ainda, os mais novos, de nada se apercebiam. Havia ainda um último grupo, parco em análises dedutivas, que patrocinava o pai reaparecido. Não havia uma solução pragmática para aquela família. As palavras pacifistas constituíam lirismos de asceta imprudente. Resistir à velha natureza tornava-se essencial. Um dia, conversaram em família. A afectividade esgueirara-se para o passado mas o amor permanecia. Vitupérios e sapiências digladiaram-se espaçadamente. Em amor, o choque era uma inevitabilidade. A separação, um requisito. A vida continuou para aquela família porque, mais importante que as decisões que dela emanaram, a obrigatoriedade de viver a História tornou-a outra, não necessariamente melhor.

sábado, abril 01, 2006

Fins de tarde solarengos na minha sala. 


No matter how I try,
I just can't get her out of my mind
And I when I sleep I visualize her.

I saw her in the pub,
I met her later at the nightclub.
A mutual friend introduced us
We talked about the noise
And how its hard to hear your own voice
Above the beat and the sub-bass.
We talked and talked for hours,
We talked in the back of our friend's car
As we all went back to his place.

On our friend's settee,
she told me that she really liked me
And I said: "Cool, the feeling's mutual."
We played old 45s
And said it's like the soundtrack to our lives
And she said: "True, it's not unusual."
Then privately we danced
We couldn't seem to keep our balance
A drunken haze had come upon us.
We sank down to the floor
And we sang a song that I can't sing anymore
And then we kissed and fell unconscious.

I woke up the next day
All alone but for a headache.
I stumbled out to find the bathroom
But all I found was her
Wrapped around another lover.
No longer then is he our mutual friend.

Our Mutual Friend, The Divine Comedy

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