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terça-feira, maio 30, 2006

Ordem das coisas. 

O meu amigo Paulo não distingue o mérito do que é bom e do que é mau. Discordamos. Filho meu mais depressa ouvirá Marco Paulo que Sting.

Recuso o elitismo do link. 

A minha lista de links não me diz rigorosamente nada. Foi criada no passado, remediada há uns tempos e ignorada no presente. O que eu queria era uma lista infindável de links para me deslocar mais facilmente. Eu e os que aqui vêm. Não sei fazê-lo com eficiência e conformo-me com a preguiça. Leio blogs que não têm o link aqui ao lado, não leio blogs cujo link aqui consta e creio ter uns quantos links desactualizados. Em tempos referi que a minha lista de links parece a minha maneira de vestir. Recuso o elitismo do link. Nem se quer me lanço às razões pelas quais a recusa é, para mim, uma inevitabilidade. Os blogs que não me linkam não merecem nada de bom na vida.

sexta-feira, maio 26, 2006

Por mim, que o imito descaradamente no passe, a época está ganha. 

A vinda do Rui Costa para o Benfica pouco adiantará à discussão dos que falam sobre futebol com razoabilidade, com seriedade ou até mesmo com justiça. Para mim, é a melhor contratação de todos os tempos e espaços e tudo o que de bom há neste mundo. Trata-se, sem dúvida alguma, do jogador com mais classe que este país alguma vez conheceu. E o segredo está mesmo ali, visível a qualquer um: o passe com a parte de dentro do pé, sem o apoio do pé oposto, tudo isto executado com o corpo verticalizado e cabeça bem levantada. É este movimento que lhe confere uma classe inclassificável (insira-se nesta amplitude o Gabriel Alves). E como qualquer pessoa que jogue futebol sabe, isto não está ao alcance de todos.

terça-feira, maio 23, 2006

A esposa agradece. 

Com Fernando Santos no Benfica, passarei mais tempo em família.


PS: Eu até simpatizo com o senhor. Tenho uma costela misericordiosa com pessoas de bom carácter. Mas o futebol não está para boas maneiras. Se fosse um gajo compreensivo e razoável não andava para aí a discutir futebol com os amigos.

segunda-feira, maio 22, 2006

Absolvo os incautos da arte. 

É legítimo rejeitar uma boa canção, uma boa pintura ou um bom texto, sejam eles quais forem. Mantemo-nos é na mediocridade de ficar sempre longe da plenitude do que foi criado.

sexta-feira, maio 19, 2006

Preservo o corpo seco. 

Eu tenho dois amores.



quinta-feira, maio 18, 2006

Eu digo-vos... não me levo muito a sério. 

Houve alturas da minha vida em que conheci pessoas cuja significação ia muito além do que elas realmente eram. Eu era o Arquitecto daquelas criaturas. Chamava-as mas elas não vinham. Afastava-as e ela obedeciam-me. A posse exacerbada só tem sentido na nossa cabeça.

terça-feira, maio 16, 2006

O futuro da família. 

eu: "Antevejo a chegada da hora dos Ninivitas ou dos Lacraus."
ela: "Ai não... outra vez não..."
eu: "A sério. É como diz o Dylan: «Senti que estava a olhar directamente para mim e para mais ninguém.»"
ela: "Sim sim. Ando a ouvir isso há dez anos."
eu: "Estás preparada?"
ela: "... para seres um sem-abrigo...?"

Perscrutamos concordância.

segunda-feira, maio 15, 2006

Causa-efeito. 

Uma mulher que lê o blog do marido é anti-democrática.

domingo, maio 14, 2006

Caderneta que se preze é Panini. 

Há que acompanhar o Mundial com rigor. Até porque, daqui a vinte anos, quando estivermos numa roda de amigos - como a que estive este fim-de-semana - a avaliar quem sabe mais de Mundiais passados, vencem sempre os cromos das cadernetas.



sábado, maio 13, 2006

Sete anos de mutação na estrutura somática. 

O Tiago colocou uma fotografia dos tempos em que, mexidos, arrefecíamos o coração das pessoas com A Instituição. Éramos miúdos. Hoje, diria que éramos feios. Miúdos feios com piada. Hoje, estamos maduros.

sexta-feira, maio 12, 2006

deusadolar 

O meu amigo Paulo tem uma barba rija que eu nunca conseguirei ter. Diz ele: «A doutrina enquanto fardo insustentavelmente pesado e causador de desvios da fé é o álibi dos intolerantes.»

Hoje, 9 meses. 

Nos dias em que se trabalha 15 horas pouco há para contar. O parte mais nice destes dias é quando entro no quarto do pequeno - que hoje equilibrou o tempo de vida dentro da barriga, fora dela - e cheiro a respiração descansada do sono reparador. Aproxima-me dele, na ausência.

quarta-feira, maio 10, 2006

Desejo. 

Um colega de profissão conta-me que passou o domingo sozinho na praia a bronzear a barriga. Aconselhou-me a esteticista dele e um creme qualquer chamado monoi. Ele não sabe, nem nunca perceberá, que sou um amante da displicência.

Idiossincrasia. 

Ela referia-se, habitualmente, ao instrutor de condução como «atrasado mental». Eu engraço com o particularismo.

segunda-feira, maio 08, 2006

O sono é inexorável. 

Em 2003 espatifei o meu carro fazendo-o entrar por um autocarro adentro, por ter trabalhado quase 50 horas seguidas, não controlando o sono, a escassos 300m de casa. Três segundos depois do embate esfreguei as mãos na cara, pensando ser um sonho. Não era. Os homens dos Talhos Silau lá estavam para removerem os caixotes do lixo que, entretanto, se haviam amontoado em cima de mim. Saí e um senhor que atentamente observava os estragos, disse-me que tinha partido o carro todo. Havia unanimidade na rua. A concórdia era evidente. Hoje adormeci durante a oração no final do culto cedendo a uma semana com sobrecarga de horários. Ninguém reparou. A unanimidade exprimiu-se com um valente Amén!.

Ensimesmado 

Aturar o queixume das pessoas é uma chatice das antigas.

terça-feira, maio 02, 2006

Refrão eclesiástico. 

O que orei para te ter.
O que orei para não te ter.

Persigo famosos. 

Comecei o dia a deixar o carro na revisão, onde esperei que a Dalila Carmo fosse atendida. Falseando desmazelo, a senhora despenteava-se e, contraída, não esboçava qualquer sorriso. Olhou para mim, num claro sinal de quem está habituada a ser receptora de olhares indiscretos. Olhei para ela, numa evidente demonstração de quem está habituado a ser emissor de olhares discretos. Não nos cruzámos.

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