<$BlogRSDUrl$>

quarta-feira, março 30, 2005

Nota musical 

Prefiro o Marco Paulo aos U2

Quando as causas ainda não existem... 

Um filho, um casamento, uma casa e boa vida impedem-me de me entregar à música com a frequência que eu desejaria, mesmo não sendo possuidor de nenhuma das coisas atrás mencionadas. Hoje acordei com bolhas nos dedos de tanto suor, barulho e alma que no ensaio de ontem revisitaram a cave da igreja. É bom estar rodeado de visionários. O panque-roque é um escape vivencial. A música ligeira, uma entrega definitiva.

domingo, março 27, 2005

Páscoa. 

Este fim-de-semana não vi o filme do Mel Gibson. Sou fraco com a hipótese de ficar irritado perante os ethical standards de desejar uma boa Páscoa lá no emprego. Provavelmente, a festividade religiosa em que mais me revejo, em que a todo e qualquer instante me assolam imagens abstractas, muito equivalentes às que o Paulo tão gentilmente nos oferece. Não são os anzóis espetados na carne do James Caviezel que me chamam. Antes, é o despojo da condição divina de Jesus que me comove. Alguém que se comove com um filme sobre um homem sofredor é uma pessoa sensível. Alguém que reconhece que a Bíblia é o livro mais violento do mundo é um cristão.

terça-feira, março 22, 2005

Paradigmas do manguelas alfacinha. 

Durante a hora de almoço, um senhor de aspecto citadino convocava os presentes no estabelecimento à concordância com teorias duvidosas. Tão depressa enunciava os aspectos egoístas dos Mecenas Fiscais como encostava a mulher à parede com frases de sorriso entreaberto - «Mete-se a ler a TV Guia e depois vem para aqui dizer estas coisas...» - enquanto o charuto corava de vergonha. Concluiu com um valente «Prefiro um taxista cubano a um presidente dos Estados Unidos.» Os companheiros nem a cabeça abanavam. Estava ali muita credulidade, arrisco mesmo a dizer muita fé. Estar em posse de teorias duvidosas não tem mal nenhum; levar-se muito a sério é que me provoca boa disposição.

segunda-feira, março 21, 2005

Missão cumprida! 

Para qualquer miúdo branco da Amadora o projecto de vida é morar bem longe da Amadora. De preferência na companhia de uma miúda da Linha de Cascais. Tarefa na qual eu não me saí nada mal, diga-se de passagem.

Brilhante.

Eu só queria menos compreensão. 

Dois polícias mortos e os pedidos de trocos a aumentarem a olhos vistos. Nas cidades onde a violência prolifera não se ouve outra coisa: "A culpa é do Sr. Juiz."

quinta-feira, março 17, 2005

O Balzac é que tinha razão: Uma mulher implacável para dar mais encanto ao seu perdão 

Tenho o secreto desejo de casar com uma mulher vestida de vermelho.
.

À mulher que domina o romantismo com a sua vontade: 

Tira-me a luz dos olhos: continuarei a ver-te
Tapa-me os ouvidos: continuarei a ouvir-te
E embora sem pés caminharei para ti
E já sem boca poderei ainda convocar-te
Arranca-me os braços: continuarei abraçando-te
Com o meu coração como com a mão
Arranca-me o coração: ficará o cérebro
E se o cérebro me incendiares também por fim
Hei-de então levar-te no meu sangue.

R.M.Rilke

Era disto que eu falava...parece algodão doce. 




quarta-feira, março 16, 2005

Nota musical. 

Os Marron5 são mais irritantes que os Linkin Park.

Treinar para aguentar. 

Nos últimos tempos adquiri dois novos vícios: almoçar todas as quintas-feiras no Medeia do Monumental, com amigos de longa data, e jogar à bola, aos Sábados de manhã, num relvado de futebol 11, junto à Serra de Sintra. Os bons momentos aprimuram-se com treino. Às quintas-feiras, a logorreia é construtivamente mais acelerada. Aos Sábados, já consigo sair de casa durante o resto do dia.

Sentença. 

Nunca digo que sou canhoto em tudo o que faço, em tudo o que tenho, em tudo o que sou.

terça-feira, março 15, 2005

Benfica campeão, pelo cabelo do Trapattoni. 

Há uns tempos referi que o Benfica seria campeão, única e simplesmente, por não perder o jogo no Porto. Há uma outra razão que contribui para tão afamada esperança: o corte de cabelo do Trapattoni. Uma pessoa com um cabelo daqueles merece tudo no futebol português. A lisura, o caminho perfeito que cada cabelo percorre, a sustentabilidade que aparenta até nos tempos de maior turbulência. Quero, determinantemente, envelhecer com um cabelo daqueles. Para além do mais, não é o Peseiro desajeitado, sem coordenação nos movimentos que faz quando caminha entre o banco de suplentes e a linha limite do treinador, que inspira qualquer agente - esta palavra é maravilhosa - espectador, polícia ou steward presentes num estádio de futebol. Muito menos o Couceiro com um discurso simplista de vitória, sem o mínimo de argumentos convincentes para, sequer, colocarmos a hipótese de haver lógica naquele discurso. Nenhum, mas mesmo nenhum deles jamais terá a classe de flectir a perna, apoiar o peso do corpo sobre a mesma e assumir uma posição de guerreiro clássico como tem o grandioso Trapatutto.

Consultório (cont.) 

(ela não disse mas...)

Na sala onde esperava, com sofreguidão, o Sr. Joaquim Cansado, encontrava-se um outro senhor de aparência robusta e segura. Na recepção reclamam pelo seu nome: «Sr. Amâncio...», ao que o próprio replica: «Amanse-o você que ele a mim não me tem respeito!». (os outros pacientes continuaram indefinidamente a bater palminhas, palminhas).

Ao meu amigo Ricardo Almirante, que jamais passará por esta sala, o meu obrigado.

segunda-feira, março 14, 2005

Para um suburbano, é importante andar bem montado. 

Há ténis pelos quais temos que passar para sermos levados a sério. Na minha adolescência tardia iniciei-me nas lides estéticas do Punk/Hardcore. Hoje, quase uma década passada, acho que não há folclore mais enjoativo que a devoção crédula ao que já foi. O que fica são os clássicos. Nunca tive uns Samba, nem uns Gazelle. Para resolver esta falha, cheguei a entrar desaforado pela sapataria Guimarães adentro à caça de uns Sanjo, mas travaram-me os intentos. À falta dos Universal, lá cheguei a outro clássico:


Ode ao gosto. 

Há algo de muito errado na combinação Carteira-Telemóvel-Chaves-do-carro.

quarta-feira, março 09, 2005

Nota prévia. 

Só para salientar o facto de que a escrita e a concretização do referido no post anterior provocou, em mim, um arrepio inexprimível.

Há um entusiasmo divino neste corpo. 

Hoje, pela primeira vez, vou comprar um presente para o meu filho.

Ainda não o tinha referido... 

Os merecidíssimos Parabéns ao Imperador da Blogosfera pelo segundo aniversário. Os merecidíssimos Parabéns à Cleópatra desprendida da Blogosfera!

terça-feira, março 08, 2005

O Dia não é este. 

Enfrento caras de espanto com a minha descontracção inconsciente perante as tarefas inadiáveis, próprias de quem se vai casar. Preocupam-me outros caminhos. O Dia do juízo final pede paz, não afrontamentos histéricos nada decisivos.

Ai de alguém que diga que este não é o mais giro de Hollywood! 



sexta-feira, março 04, 2005

"I saw you this morning, you're moving so fast." L. Cohen 

Apego-me ao que de mais íntimo tens. O teu andar. O desajeito inseguro com que tratas o chão, flutuante à tua passagem, escondendo um riso irónico – mas simpático – próprio de quem possui uma distracção idiossincrática. Tudo o resto é abstracto, à pequeníssima excepção de um corpo que caminha. São complicadas de definir, estas paisagens onde se individualizam os momentos. Um momento. Outro momento. Um pouco como a indefinição matemática de se chegar de um algarismo a outro sem que, para isso, se tenham percorrido todas as infinitas possibilidades possíveis. Vejo-te. Beijo-te num desses momentos únicos e preciosos. É assim que te retenho nas minhas lembranças, fragmentadas por sequências vividas. Nunca mais são 18:30. E prometo-te que, às 19h, coloco no pause.

Hino nº 358 

Mais do que um estádio a cantarolar o hino nacional, gosto de uma congregação fervorosa a entoar hinos do séc. XIX.

quarta-feira, março 02, 2005

Deparo-me com o papel amarelo no vidro do automóvel: Coima de 250€ a 1200€ 

Passou-me pela cabeça dizer: "Sr. Guarda - com maiúscula - eu dou-lhe o meu blog..."

(nos entretantos percebi que essa coima dizia respeito à fuga sem permissão, com bloqueador e tudo, sempre a abrir.)

A conversa terminou com o Sr. Guarda a dizer-me: "Sr. Miguel, como vai casar...fico pela multa dos 19,95€." Quando a exposição nos salva, servem os fins para esquecer o ridículo do meio.

Cheguei, inclusivé, a simular o andar... 

Tempos houve em que desejava ser o típico jogador de cintura descaída e pernas arqueadas.

terça-feira, março 01, 2005

Porto 1 - Benfica 1 

O Benfica demonstrou mais uma vez que é uma equipa inconsistente, cujos jogos nunca ninguém sabe bem onde vão parar. Não sabia se levaríamos três no campo do Dragão, ou se ganharíamos por dois. Todos os fins de semana, a mesma roleta. A isto chama-se i-n-c-o-n-s-i-s-t-ê-n-c-i-a. Contudo, estou convencido que se o Geovanni soubesse construir uma frase com sujeito, predicado e complemento directo, conseguiria contornar o Baía e marca o 1-0; O nosso Pierre Littbarski - leia-se Nuno Assis - merecia todos os elogios possíveis do Gabriel Alves pelos pés que tem; E o Ricardo Rocha merecia jogar 5 épocas ao lado do Ricardo Carvalho. No dia em que o Quim agarrar uma bola proveniente de um cruzamento, admito votar no Marques Mendes. O Porto, já aqui o referi, mete pena. Mete muita pena ver este Porto. E não é uma pena paternalista. É o mesmo tipo de sentimento quase altruísta que me atinge sempre que vejo o Hugo (Sporting) entrar em campo. O campeonato está doce, e eu entusiasmo-me. O José Couceiro insiste no discurso vitorioso que só cabe a quem sabe e merece. Neste caso ao Mourinho, que podia ser nosso Primeiro-Ministro. O treinador do Porto insistia no facto de o empate ser um mau resultado para o Porto, assim como de os benfiquistas estarem todos contentes com tal feito. Não foi só isso, Sr. Couceiro. Foi experienciar a possibilidade, homem. A possibilidade de vencer o costume.

(mas será que o urso do comentador da Sport Tv não percebeu que o Simão queria levar o amarelo para não jogar com o Beira-Mar...?)

This page is powered by Blogger. Isn't yours?