quinta-feira, junho 30, 2005
Com um nó de gravata bem aprumado, recorro à teatralização laboral para subsistir.
No trabalho sou acusado de não cumprir com a institucionalização dos comportamentos perante os que estão abaixo de mim. Eu, ralando-me para tal questão, persisto em gestos estranhos e pouco sensuais. Um corpo hirto faz-me rir.
quarta-feira, junho 29, 2005
Ode ao baby-boom de 2005.
Preciso nascer de novo.
A minha lista de links parece a minha maneira de vestir.
Piadas de caserna.
Enquanto o zapping era executado com critério, eis que soa a novela da TVI!
eu: Vão matar o António!
ela: Hã? (olhar incrédulo, desconfiado, metálico)
eu: Era o que circulava lá num Cliente. Andava o mulherio todo desaforado a dizer: "Vão matar o António! Vão matar o António!"
eu: Vão matar o António!
ela: Hã? (olhar incrédulo, desconfiado, metálico)
eu: Era o que circulava lá num Cliente. Andava o mulherio todo desaforado a dizer: "Vão matar o António! Vão matar o António!"
terça-feira, junho 28, 2005
Tese: Que se lixe o que criei, mas que seja o que criei.
Em Novembro passado fui a Amesterdão ver o Tom Waits. Senti-me uma criança feliz. Ingenuidade. Fiquei maravilhado quando parou uma canção a meio, devido à irregularidade rítmica dos seus instrumentistas para depois recomeçar. Gostei do rigor. O paradoxo é iminente. O apego ao objecto criado é hostil para com os geniais. Sou seduzido por este desapego mas a fonte seca de onde brotam ideias impede-me de tal desígnio. Resta-me perseguir os que me seduzem. Sábado passado, num concerto na Figueira da Foz, parei uma canção a meio por falha própria. Que se lixe o que criei, mas que seja o que criei.
A ausência.
Uma semana de férias em Cabanas de Tavira e retenho: Até numa das mais belíssimas vilas do país as grávidas ocupam a paisagem. Um português, um blog. Uma portuguesa, uma grávida.
quarta-feira, junho 15, 2005
Consciência religiosa da paternidade.
O Tomás é panque.
Por Tomás entende-se o complexo humano em fase de desenvoltura musical, com uma propensão canónica de protelar, por mais uns tempos, o arquétipo comportamental típico de quem se encontra num concerto de Suicidal Tendencies.
Por Tomás entende-se o complexo humano em fase de desenvoltura musical, com uma propensão canónica de protelar, por mais uns tempos, o arquétipo comportamental típico de quem se encontra num concerto de Suicidal Tendencies.
O pragmatismo do enlace matrimonial.
Nunca comi tantos cachorros como em Maio de 2005.
sexta-feira, junho 10, 2005
Começar a agendar.
"Os Ninivitas tocam cantigas. Com letra e tudo. Oito rapazes em palco, quase todos magros, quase todos não muito afinados. Maracas, orgão, guitarras e oboé. Música religiosa para pagãos, música pagã para religiosos. O disco chama-se "A Sessão de Água de Madeiros dos Nininitas" e foi gravada ao vivo para o minidisc numa sala de estar com lareira. O mar a 500 metros e o pinhal logo ali. A música é paisagem e o resto são os Ninivitas. "
Com o apoio da Florcaveira
Com o apoio da Florcaveira
Se o meu filho sai verde, compro o Kit Sócio.
Olho para o lado e vejo a barriga da minha mulher, grávida de 7 meses, em solavancos consecutivos, ora do lado direito, ora do lado esquerdo, em pleno autoritarismo do que poderia dali advir. Reminiscências do passado incomodaram o meu sossego. A qualquer instante, uma mão déspota poderia emergir por aquele umbigo saliente. Já lá vão uns anitos desde a colecção de cromos do V-A batalha final.
Que ninguém lhes toque!
Não percebo porque é que a comunicação social não apelida os meninos que hoje se portaram mal na praia de Carcavelos. Se fossem ciganos ou ucranianos bem lhes contavam uma estória. Sendo de origem africana o melhor é não dizer nada, não vá o BE ter, propositadamente, mais tempo de antena. E aturar o Louçã custa-me tanto...
quarta-feira, junho 01, 2005
A agenda a consultar.
O Fantastic-Mix da Netcabo já cá mora e, em breve, a actualização deste blog será realizada com a mesma frequência com que, no próximo mês, vou transpirar o pouco que há para transpirar por esses concertos fora.
Labor profissional.
Estou a trabalhar num projecto onde tenho o privilégio de lidar com a Dona F. A Dona F. é uma visiense inveterada, de jotas a meio das palavras por tudo e por nada, com assobios involuntários sempre que fala. É um poço de alegria, a Dona F. Pertence ao clube de fãs do Tony Carreira. Mostrou-me o cartão e tudo. Bastou uma provocaçãozita de dizer que o dito senhor ia tocar a Viseu e lá estava ela, milésimos de segundos depois, a procurar uma resposta segura numa folha com a agenda completa, a tour. Tem um ar fresco, a Dona F. Comentou, em tom sorridente, porque é que as pessoas se haveriam de preocupar com roupas de marca se o melhor da vida se faz sem elas. Estive para lhe perguntar se ia votar “Sim” ou “Não” no referendo sobre a Constituição Europeia. Soou-me tão francesa em todas as suas opiniões…